Muito temos ouvido e lido sobre os sistemas de produção mais adequados para o Brasil. Todavia, em que pese os suplementos culturais sempre elevados de cada um dos opinadores, tudo não a, até então, de mero jogo de preferências, sem a certidão precisa da pesquisa séria e descomprometida com os ideais pessoais.
Se certo é que algumas experiências deram certo, em alguns cantos do extenso território nacional, o mesmo não se pode dizer como regra, eis que, tal como o que acontece na vida própria de cada indivíduo, "cada caso é um caso" e, assim, a soma das experiências alheias, por si só, não pode ser tida como verdade imbatível, eis que, diz o adágio popular, "a experiência e a roupa alheias nunca nos servem completamente".
Partindo desta premissa, lidamos com a pecuária de leite desde há muito tempo, vislumbrando, não como técnicos, que não o somos, mas como produtores de leite, que já presenciamos e vivemos quase todas as formas de manejo, variando do leite a pasto até ao confinamento total.
Como todo começo, o leite a pasto é sempre o mais procurado, posto que, por razões óbvias, uma propriedade rural é composta de terras e estas ou são pastos ou são matas. Assim, este é o sistema que consideramos primário, seja qual for o nível financeiro do adotante, o que movimentou, desde os tempos da colônia, o negócio leiteiro pátrio.
Se levássemos em conta, apenas e tão somente, esta facilidade estrutural, estaríamos com os seguidores de Artur Chinelato e adotaríamos esta modalidade de exploração de pecuária leiteira como a ideal. Mas, a verdade é que esta já desgastada prática não é a panacéia anunciada, aliás, entendemos que não ultraa à simplicidade de mero placebo, uma solução barata e sem nenhuma outra pretensão do que o nada fazer para evoluir, o manter-se estagnado, com medo de romper às fronteiras do óbvio.
Todavia, as coisas não se nos afiguram assim tão simplistas: o pasto, como um ser vivo, não é tão carecedor de investimentos ao ponto de só abrirmos nossas porteiras e despejarmos nossas reses em seu interior, seguros que o leite que elas produzirão se pagará, de forma automática, no final do mês. É preciso corrigir solos, plantar as cultivares certas, assistência técnica, cercas, roçagem, semeaduras de reposição, manejo adequado, entre tantas outras despesas.
Aí começam as incertezas do sistema, desde o preço das terras, cada vez mais elevado, em face da constante evolução social, que se aglomera nas zonas urbanas, fazendo com que estas migrem seus tentáculos rumo ao campo, com a consequente especulação imobiliária e a supervalorização dos terrenos, o que impede que as grandes extensões - ideais para a viabilidade do modelo - fiquem na posse do produtor, como outrora, no tempo de nossos avós, acontecia.
Em contrapartida, os diversos solos, a extensão continental e os climas variados que são encontrados em nosso País, não nos permitem trabalhar com a necessária segurança, eis que se, no Sul do território nacional, predomina o frio, no Nordeste é o calor acentuado, e, o pasto sofre em ambas as condições, perdendo em qualidade e não mais permitindo que o animal se alimente, exclusivamente, do material que nele se encontra enraizado.
Lado outro, os animais que são de forma mais comum criados, que podemos dividir, de forma simplória, apenas por questões meramente didáticas, em europeus e mestiços, padecem, sem exceções, em ambos os tipos de realidade, já que, se uma vaca holandesa se adapta bem ao frio, uma mestiça sofre com ele, e vice-versa.
Destarte, somente o pasto puro não vai permitir que o animal produza em escala que se torne viável, eis que, estudos recentes, nos conduzem à assertiva de que uma vaca tira de um pasto excelente, sem qualquer suplemento, apenas e tão somente, dez litros de leite/dia, se e, somente se, tiver genética para tanto.
Ocorre que, no Brasil, seja em que região for, há dois períodos distintos: o das chuvas e o da estiagem. No primeiro, o pasto viceja, enverdece, torna-se proteico; no segundo, quase morre. Como não se pode parar de produzir leite, os níveis de produção caem drasticamente, no segundo estágio, inviabilizando o manejo.
Daí, a-se à suplementação com aditivos (ração) no cocho, o que entendemos que descaracteriza o dito "leite a pasto", eis que amos, na realidade, a ter um semi-confinamento. Deixa, portanto, de ser tão barato o método de exploração, já que envolve, a partir daí, outros tipos de gasto e de manejo.
Em contrapartida, temos o tão atacado sistema de confinamento, onde o clima e suas variações não têm importância direta, eis que os ambientes controlados, os deixam do lado de fora dos complexos e os animais não sofrem com seus rigores.
Instrumentos como ventiladores, aspersores de vapor e até mesmo, climatizadores de ambiente, fazem com que as temperaturas ideais de produção sejam constantes e o conforto térmico dos animais perene. Assim, aliado ao fato de que, neste sistema, o animal é alimentado de forma correta, com a qualidade e a quantidade de nutrientes necessárias para o fim a que se destina (produção de leite), os resultados são sempre superiores a todos os outros arquétipos de exploração.
Por óbvio, os investimentos iniciais são bem mais salgados que no caso do leite a pasto, mas, ada a fase inicial de implantação, a produção individual e coletiva do rebanho supera às despesas, eis que, no confinamento, as vacas atingem a médias de mais de quarenta litros de leite/dia, bem superiores às do gado em regime único de pastejo.
Impede afirmar, neste comenos, que é mito a anunciada apologia de que o animal a pasto é mais saudável que o confinado, de que o tempo de produção neste é menor que naquele, eis que, como o confinamento é um método de criação controlada, as enfermidades - que, diga-se de agem, ocorrem em todos os sistemas, indiscriminadamente - são detectadas de imediato e sua erradicação mais segura, porque prematuro o diagnóstico e a longevidade do animal depende de sua composição genética e não da forma de criação.
Um outro ponto, que não pode ser olvidado, é que, apesar dos laticínios sempre adotarem o pagamento melhor pela qualidade do produto, com teores de gordura e proteína sendo considerados, nenhum deles descarta um produtor de mais de mil litros de leite/dia, ainda que seu produto atinja a níveis comuns destes desideratos. Em palavras outras, tem muito maior poder de barganha e de imposição de preço um produtor de mil litros de leite/dia, com teor baixo de gordura e proteína, que um produtor de duzentos litros/dia que possua elevadas taxas destes elementos.
Finalmente, como a produção é elevada, o confinamento permite que o número de animais seja menor, o que reduz os problemas sanitários, pela existência de menos cascos, menos úberes, menos sistemas reprodutivos a serem vitimados por distúrbios, de sorte que é muito melhor lidar com dez animais de quarenta litros cada do que com quarenta de dez litros.
Entretanto, cada proprietário tem que ter a consciência de suas limitações físicas e financeiras, antes de adotar qualquer metodologia de exploração, já que as realidades são individuais, neste caso, e cada um sabe aonde e como pode colocar as suas pernas.
Leite a pasto e confinamento de gado leiteiro: o que os técnicos nunca dizem
Qual é o sistema de produção mais eficiente para produção de leite? Muitas são as opiniões que envolvem a temática. Saiba mais sobre o tema neste artigo.
Publicado em: - 5 minutos de leitura
Material escrito por:
Guilherme Alves de Mello Franco
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JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 14/12/2021

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 14/12/2021
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 14/12/2021

MARABÁ - PARÁ
EM 08/12/2021
Bem colocado, bem claropra qualquer um entender.
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 13/05/2020
Grande abraço.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 12/05/2020
EM 29/09/2019
<a href="https://www.estanciatamburil.com.br">Gir Leiteiro</a>
CACOAL - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 16/07/2018
Recentemente comprei 6 vacas holandezas, 3 está em lactaçao, e duas delas esta atigindo 20 litros dias, (com complemento de 5 kg de quirera de milho e núcleo cada).
Estou pesquisando sobre o sistema de Compost Barn, e estou muito convicto que o mesmo seria bastande ideal, pois eliminaria o problema da distância e tambem aumentaria o conforto das vacas, levando em consideração que onde moro é bastante quente (Sao Miguel, Rondonia).
Resumindo, a minha idéia seria montar o "pequeno" sistema de confinamento Compost Barn, para as vacas que hoje produzem de 15 litros acima.
Se Puder expressar sua opinião sobre a minha idéia....
Grato, Fagner.
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 13/05/2020
Grande abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 12/03/2018
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 12/03/2018
Pus em prática um projeto pensado recentemente que consiste em:
100 vacas com duas ordenhas ao dia que ficam em pasto rotacionado de capim Mombaça, em apenas 10ha, divididos em 24 piquetes, cuja rotina do rebanho é, por volta das 7:00 as vacas são tocadas ao curral de ordenha, onde existem coxos individuais, que são ofertados ração peletizada + milho puro grão enquanto as vacas são ordenhadas consomem a ração, após comerem toda ração, retornam ao pasto, rotina que se repete por volta das 16:00.
Consomem ração duas vezes e am o resto do dia em pasto irrigado e rotacionado de Mombaça com bastante árvores sombreiros pelo pasto oferecendo bom conforto e clima agradável.
As vacas saltaram de 10, 12 para 26, 28 kg/dia. Com 60 vacas em lactação, conseguimos média superior a 1500kg/dia mas sinto que tem potencial para aumentar a produtividade.
Gostaria que avaliasse meu tipo de manejo e me orientasse havendo possibilidade.

CRUZEIRO DO OESTE - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 13/02/2020
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 07/03/2018
Um grande abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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CACOAL - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 06/03/2018
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/11/2017
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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DELFIM MOREIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 23/11/2017

DELFIM MOREIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 23/11/2017
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 05/10/2016
Qualquer outra dúvida, estou às ordens.
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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ITAGUARA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 04/10/2016
tenho oito alqueiros de terras que nao e formado e estou querendo mexer com gado de leite. estou querendo morar na propriedade, eu minha esposa e dois filhos.te pergunto
qual forma devo começar a trabalhar e ter uma renda que nos atenda?
ABRAÇOS
OBRIGADO
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/02/2016
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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ABRE CAMPO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/02/2016
estou começando na pecuária leiteira e estou com algumas duvidas
oque da mais rentabilidade sistema semi intensivo com as vacas ficando o dia todo no curral com silagem de milho e concentrado após as 2 ordenhas e são levadas para piquete de brs zuri para ar a noite?
ou sistema em rotacionado sem a silagem elas o dia todo nos piquetes mais o concentrado?
as vacas tem produção media de 30 llitros dia
JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 02/12/2015
Interessante a conclusão do relatório final da pesquisa: "O sistema de produção mais utilizado pelos Produtores Top 100 foi o de confinamento das vacas, presente em 61 propriedades. Dentre as fazendas que possuem o sistema confinado, 72% utilizam Free-Stall e 28% confinam utilizando piquetes de terra. Dentre as 39 fazendas restantes, 23 utilizaram o sistema de semi-confinamento e 16 o de Pastejo rotacionado. O sistema Compost Barn de confinamento também foi citado por alguns produtores, porém sem se constituir no sistema principal das propriedades que o mencionaram".
Como se verifica, o confinamento integral de bovinos leiteiroséutilizado por 61% dos maiores produtores do Brasil, não por acaso e, não porque dá prejuízo, mas porque é o mais eficiente e lucrativo.
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 02/12/2015
Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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