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Eficiência produtiva e transformações regionais na cadeia leiteira brasileira

A produção de leite no Brasil ou de 34,3 bilhões de litros em 2013 para 35,4 bilhões em 2023, registrando um crescimento médio anual de 0,3% ao longo da última década. Confira!

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A produção de leite no Brasil ou de 34,3 bilhões de litros em 2013 para 35,4 bilhões em 2023, registrando um crescimento médio anual de apenas 0,3% ao longo da última década. No entanto, neste mesmo período, o número de vacas ordenhadas sofreu expressiva redução, caindo de 23,0 milhões em 2013 para 15,7 milhões em 2023 (gráfico 1). Esse pequeno aumento na produção foi sustentado pelo avanço significativo na produtividade por vaca, que ou de 1.492 litros/vaca/ano para 2.259 litros/vaca/ano.

Gráfico 1. Produção de leite (bilhões de litros) x Vacas ordenhadas (milhões de cabeças) – 2013 a 2023.

Produção de leite (bilhões de litros) x Vacas ordenhadas (milhões de cabeças) - 2013 a 2023.

Fonte: IBGE 2023; elaboração: os autores.



A distribuição regional da produção de leite e do rebanho ordenhado sofreu alterações significativas ao longo da última década (gráficos 2 e 3).

Gráfico 2. Produção de leite por regiões do Brasil – 2013 / 2023 (bilhões de litros).

Produção de leite por regiões do Brasil - 2013 / 2023 (bilhões de litros).

Fonte: IBGE 2023; elaboração: os autores.



Sudeste e o Sul, reduziram drasticamente o número de vacas ordenhadas e conseguiram manter ou até ampliar sua produção graças a avanços tecnológicos, melhorias no manejo e aumento da eficiência por animal.

Gráfico 3. Vacas ordenhadas no Brasil – 2013 / 2023 (em milhões de cabeças).

Vacas ordenhadas no Brasil - 2013 / 2023 (em milhões de cabeças).

Fonte: IBGE 2023; elaboração: os autores.



Somente os estados do Sul e do Nordeste apresentaram aumento da produção no período estudado, sendo que a redução do rebanho foi uma atividade em todas as regiões. O Nordeste, conseguiu crescer na produção, mesmo com redução no número de vacas ordenhadas, o que reflete o impacto dos ganhos em produtividade animal na região. Em contraste, o Centro-Oeste e o Norte enfrentaram quedas tanto no rebanho quanto na produção, refletindo desafios estruturais e menor incorporação de tecnologias. Esses movimentos regionais evidenciam um quadro heterogêneo no setor leiteiro, em que o progresso é impulsionado por eficiência em algumas áreas e limitado por dificuldades de modernização em outras.

Regiões como o Sul, com destaque para avanços em estados como Santa Catarina e Paraná, mostraram que a redução no rebanho ordenhado foi amplamente compensada por altos ganhos de produtividade. O Rio Grande do Sul, no entanto, enfrentou desafios adicionais devido às severas condições climáticas, como enchentes e estiagens, que afetaram diretamente a produção em determinados períodos. Apesar disso, o estado conseguiu manter uma contribuição relevante na produção de leite graças à resiliente capacidade de recuperação de seus produtores, que buscaram aprimoramento tecnológico e otimização dos sistemas produtivos.

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O Sudeste, embora muito relevante, perdeu participação devido à queda acentuada no número de vacas, especialmente em Minas Gerais, que ainda é o principal polo produtor do país. Por sua vez, o Nordeste se consolidou como uma região em ascensão, com Pernambuco apresentando o maior crescimento, entre os estados desta região, na participação na produção nacional ando de 1,6% para 3,8% do total do leite produzido no Brasil, apoiado por investimentos em tecnologias de produção e manejo mais eficiente.

Essas diferenças regionais refletem os contrastes dos sistemas produtivos mais tecnificados, presentes no Sul e Sudeste, e regiões em expansão, como o Nordeste, que avançam em eficiência e tecnologia. A produtividade tem sido o principal fator para sustentar a produção nacional, diante da significativa redução do rebanho ordenhado em todo o país (gráfico 4).

Gráfico 4. Produtividade de leite por vaca nas regiões do Brasil – 2013 / 2023 (litros/vaca/ano).

Produtividade de leite por vaca nas regiões do Brasil - 2013 / 2023 (litros/vaca/ano).

Fonte: IBGE 2023; elaboração: os autores.



Nos últimos 10 anos, a produção de leite no Brasil se manteve praticamente estagnada, mas o aumento da produtividade por vaca foi essencial para compensar a expressiva redução do rebanho ordenhado. Esse cenário reflete melhorias tecnológicas, investimentos em manejo e a maior eficiência, especialmente no Sul e Nordeste.

Fatores como avanços tecnológicos, melhorias no manejo nutricional e genético, e modernização dos sistemas de produção contribuíram diretamente para o aumento da produtividade por vaca no Brasil. Regiões que investiram em maior eficiência produtiva conseguiram sustentar ou até ampliar a produção, mesmo com a redução do rebanho ordenhado. Contudo, desafios estruturais, como a concentração regional e a necessidade de modernização em estados menos produtivos, ainda são pontos críticos para o desenvolvimento sustentável da cadeia leiteira brasileira.


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Material escrito por:

Luiz Antonio Aguiar de Oliveira

Luiz Antonio Aguiar de Oliveira

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Lorildo Aldo STOCK

Lorildo Aldo STOCK

Eng. Agr. PhD - Embrapa Gado de Leite; coordenada as atividades do IFCN no Brasil.

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Samuel Jose de Magalhaes Oliveira

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