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Processos fermentativos da silagem

A fermentação que ocorre no silo é uma conversão de carboidratos solúveis em ácidos orgânicos, através de microrganismos inerentes ao meio ou exógenos, que foram intencionalmente aplicados com o intuito de aumentar a eficiência desta fermentação. Desta forma, a ocorrência destas fermentações é orientada pela quantidade e tipo de microrganismos presentes no silo, bem como pelo teor de matéria seca, poder tampão e teor de carboidratos solúveis do volumoso.

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A silagem é o produto final da fermentação da massa de forragem sem a presença de oxigênio, realizada por bactérias, que consomem, principalmente, os açúcares disponíveis no material depositado no silo.

A fermentação que ocorre no silo é uma conversão de carboidratos solúveis em ácidos orgânicos, através de microrganismos inerentes ao meio ou exógenos, que foram intencionalmente aplicados com o intuito de aumentar a eficiência desta fermentação. Desta forma, a ocorrência destas fermentações é orientada pela quantidade e tipo de microrganismos presentes no silo, bem como pelo teor de matéria seca, poder tampão e teor de carboidratos solúveis do volumoso (glicose, frutose, sacarose e frutosanas) que devem representar de 8 a 10% da matéria seca para uma boa fermentação.

Os ácidos orgânicos oriundos da fermentação de silagens são:

- láctico;
- acético;
- butírico.

A importância da produção destes ácidos está ligada ao abaixamento do pH dentro do silo, que propiciará a conservação da silagem, pois com pH baixo, em torno de 4.0, a multiplicação de microrganismos indesejáveis, como Clostridium, causadores da deterioração do material, é inibida.

A fermentação butírica demora a abaixar o pH, pois o produto desta fermentação é o ácido butírico, um ácido fraco, e que por isto demora a baixar o pH da massa, causando uma extensão do processo fermentativo.
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Este prolongamento da fermentação, que causa diminuição na qualidade do produto final, também é causado pelo excesso de água, pois a água em excesso promove uma diluição dos ácidos orgânicos, inibindo o abaixamento do pH dentro do silo.

A presença de água no silo em demasia também favorece a multiplicação de bactérias aeróbias, Clostridium, que são responsáveis pela diminuição do teor de proteínas do volumoso que será ensilado. Por isto, existe a necessidade de se ensilar materiais com teores de umidade adequados e da expulsão do ar do interior do silo.

Portanto, a ensilagem de material com excesso de umidade e sem a expulsão (compactação) do ar impedem a conservação do material original, causando grandes perdas na estocagem.

Na ensilagem de cana de açúcar, por exemplo, a ocorrência de leveduras é alta, promovendo a conversão dos carboidratos solúveis em etanol, gás carbônico e água, ocasionando perdas energéticas e diminuição excessiva de ácidos láticos e acéticos.

Estas leveduras não são controladas pelo abaixamento de pH. Apesar de aproveitável no rúmen dos animais, o etanol é perdido na estocagem, o que ocasiona grandes perdas de energia no material ensilado.

Tabela 01 - Perdas de energia no processo de ensilagem.

Figura 1

Como se pode observar na tabela 01, existem vários fatores que podem levar a perdas de qualidade no material ensilado. Esta redução de qualidade é medida através das perdas de energia ao longo de todo o processo. Algumas destas perdas podem ser evitadas através da adoção de manejos adequados e cuidados específicos.
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Os fatores de perdas na ensilagem obrigam o produtor a dar total atenção a todas às fases do processo, a fim de assegurar as melhores condições para que a massa cortada possa gerar uma boa silagem, tentando preservar ao máximo as características que a planta apresentava por ocasião do corte.

As perdas ligadas à planta e seus processos naturais (respiração, fermentação, umidade, etc.) são de difícil controle. O cuidado a ser tomado nestes fatores é o manejo adequado dos processos de corte e transporte do material, para que todo o processo seja concluído no menor tempo possível.

Com relação às outras perdas, silos bem dimensionados, compactação bem feita, uso de inoculantes (quando for o caso), rapidez no processo, perfeita vedação dos silos, etc., são medidas eficazes para reduzí-las.

Se você se interessou pelos conceitos expostos acima e quer conhecer mais sobre todos os aspectos relacionados a produção de silagem, conheça e participe do Curso Online Produção econômica de silagem que abordará princípios fundamentais sobre correto dimensionamento da área e localização do silo, o ponto de corte ideal do volumoso e o maquinário adequado, redução de perdas na ensilagem e desensilagem e conversão do híbrido, plantio, adubação e tratos culturais em volumoso de qualidade.
 

Este trecho faz parte do módulo 5 do curso online Produção econômica de silagem, que terá início no dia 16/03 e abordará os seguintes temas: planejamento, escolha do volumoso, plantio e condução, colheita, ensilo e desensilo.

O instrutor desse curso é Rodrigo Paniago que possui especialização em Produção de Ruminantes (2006) pela ESALQ/USP e graduação em Engenharia Agronômica pela mesma universidade. É sócio da Boviplan Consultoria Agropecuária, empresa voltada à prestação de serviços e consultoria em pecuária intensiva, elaboração de projetos e desenvolvimento de tecnologias alternativas e nutrição animal. Na Boviplan, atua na área de assistência técnica, desenvolvimento de projetos pecuários e controle de qualidade de alimentos para nutrição animal.

Conheça a programação completa desse curso.

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A fermentação que ocorre no silo é uma conversão de carboidratos solúveis em ácidos orgânicos, através de microrganismos inerentes ao meio ou exógenos, que foram intencionalmente aplicados com o intuito de aumentar a eficiência desta fermentação. Desta forma, a ocorrência destas fermentações é orientada pela quantidade e tipo de microrganismos presentes no silo, bem como pelo teor de matéria seca, poder tampão e teor de carboidratos solúveis do volumoso.

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A silagem é o produto final da fermentação da massa de forragem sem a presença de oxigênio, realizada por bactérias, que consomem, principalmente, os açúcares disponíveis no material depositado no silo.

A fermentação que ocorre no silo é uma conversão de carboidratos solúveis em ácidos orgânicos, através de microrganismos inerentes ao meio ou exógenos, que foram intencionalmente aplicados com o intuito de aumentar a eficiência desta fermentação. Desta forma, a ocorrência destas fermentações é orientada pela quantidade e tipo de microrganismos presentes no silo, bem como pelo teor de matéria seca, poder tampão e teor de carboidratos solúveis do volumoso (glicose, frutose, sacarose e frutosanas) que devem representar de 8 a 10% da matéria seca para uma boa fermentação.

Os ácidos orgânicos oriundos da fermentação de silagens são:

- láctico;
- acético;
- butírico.

A importância da produção destes ácidos está ligada ao abaixamento do pH dentro do silo, que propiciará a conservação da silagem, pois com pH baixo, em torno de 4.0, a multiplicação de microrganismos indesejáveis, como Clostridium, causadores da deterioração do material, é inibida.

A fermentação butírica demora a abaixar o pH, pois o produto desta fermentação é o ácido butírico, um ácido fraco, e que por isto demora a baixar o pH da massa, causando uma extensão do processo fermentativo.
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Este prolongamento da fermentação, que causa diminuição na qualidade do produto final, também é causado pelo excesso de água, pois a água em excesso promove uma diluição dos ácidos orgânicos, inibindo o abaixamento do pH dentro do silo.

A presença de água no silo em demasia também favorece a multiplicação de bactérias aeróbias, Clostridium, que são responsáveis pela diminuição do teor de proteínas do volumoso que será ensilado. Por isto, existe a necessidade de se ensilar materiais com teores de umidade adequados e da expulsão do ar do interior do silo.

Portanto, a ensilagem de material com excesso de umidade e sem a expulsão (compactação) do ar impedem a conservação do material original, causando grandes perdas na estocagem.

Na ensilagem de cana de açúcar, por exemplo, a ocorrência de leveduras é alta, promovendo a conversão dos carboidratos solúveis em etanol, gás carbônico e água, ocasionando perdas energéticas e diminuição excessiva de ácidos láticos e acéticos.

Estas leveduras não são controladas pelo abaixamento de pH. Apesar de aproveitável no rúmen dos animais, o etanol é perdido na estocagem, o que ocasiona grandes perdas de energia no material ensilado.

Tabela 01 - Perdas de energia no processo de ensilagem.

Figura 1

Como se pode observar na tabela 01, existem vários fatores que podem levar a perdas de qualidade no material ensilado. Esta redução de qualidade é medida através das perdas de energia ao longo de todo o processo. Algumas destas perdas podem ser evitadas através da adoção de manejos adequados e cuidados específicos.
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Com relação às outras perdas, silos bem dimensionados, compactação bem feita, uso de inoculantes (quando for o caso), rapidez no processo, perfeita vedação dos silos, etc., são medidas eficazes para reduzí-las.

Se você se interessou pelos conceitos expostos acima e quer conhecer mais sobre todos os aspectos relacionados a produção de silagem, conheça e participe do Curso Online Produção econômica de silagem que abordará princípios fundamentais sobre correto dimensionamento da área e localização do silo, o ponto de corte ideal do volumoso e o maquinário adequado, redução de perdas na ensilagem e desensilagem e conversão do híbrido, plantio, adubação e tratos culturais em volumoso de qualidade.
 

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O instrutor desse curso é Rodrigo Paniago que possui especialização em Produção de Ruminantes (2006) pela ESALQ/USP e graduação em Engenharia Agronômica pela mesma universidade. É sócio da Boviplan Consultoria Agropecuária, empresa voltada à prestação de serviços e consultoria em pecuária intensiva, elaboração de projetos e desenvolvimento de tecnologias alternativas e nutrição animal. Na Boviplan, atua na área de assistência técnica, desenvolvimento de projetos pecuários e controle de qualidade de alimentos para nutrição animal.

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