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Eleições na Argentina e implicações no leite brasileiro

A eleição do direitista Javier Milei gerou expectativas positivas em muitos produtores de leite do Brasil. O que podemos esperar para o leite?

Publicado em: - 2 minutos de leitura

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A eleição do direitista Javier Milei gerou expectativas positivas em muitos produtores de leite do Brasil.  Parte desse otimismo reside na percepção de que, ao ter um viés claramente liberal, o novo governo intervirá menos na economia, eliminando distorções que tornam o leite argentino mais barato (a outra parte do otimismo vem de um possível alinhamento ideológico com o vencedor das eleições).

De fato, durante a campanha, Milei anunciou que irá eliminar os impostos sobre as exportações – as chamadas retenciones – que reduzem os preços internos do milho e da soja, insumos importantes para a produção de leite. Com o possível fim das retenciones, os produtores terão preços de milho e soja mais em linha com o mercado internacional, com custos de produção mais altos.

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É importante ressaltar, porém, que as taxas valem também para lácteos exportados. Dessa forma, o governo dá em uma mão, mas tira de outra. Esse artigo aqui explica essa relação e mostra que, em função da taxação das exportações de lácteos, há alguma compensação – não é todo o ganho artificial dos preços menores de soja e milho que são transmitidos para o leite.

Por outro lado, o fim das retenções tende a elevar o custo dos lácteos no mercado argentino, aumentando ainda mais a inflação e reduzindo potencialmente a demanda, forçando mais produtos no mercado externo, tendo o Brasil como um mercado óbvio.

Embora o fim das retenções seja algo a se esperar, outras promessas de Milei são bem mais difíceis de implementar, ainda mais pelo fato de o presidente não ter maioria no congresso. Entre elas está a dolarização da economia e os possíveis desdobramentos das críticas ao Mercosul. Em uma hipótese extrema, caso a Argentina deixe o Mercosul (ou implemente medidas restritivas ao comércio entre os países), haveria espaço para tributar os lácteos vendidos ao Brasil.

Ainda, os seguidos problemas econômicos da Argentina resultam em desvalorização do peso e valores mais baixos em dólar, aumentando a competitividade internacional do leite argentino. Caso Milei seja bem-sucedido, é possível que parte dessa competitividade se perca, embora outras externalidades positivas possam ocorrer em função de uma eventual melhoria estrutural da economia do país vizinho.  

O fato é que qualquer afirmação agora é precipitada e mera especulação.  Tem muita água para rolar por debaixo da ponte ainda.   

 

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Marcelo Pereira de Carvalho

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jair zeferino da silva junior
JAIR ZEFERINO DA SILVA JUNIOR

PIÊN - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/11/2023

bom dia, tem subsídio a produção de leite, na Europa, EUA, Nova Zelândia e outros países, isso ocorre ,porque a produção de alimentos, é fundamental para sobrevivência da população, e é uma atividade de alto risco. Esse papo de liberais de reduzir impostos e liberar o câmbio e exportações e importações não resiste a 6 meses dessas atitudes, balela, conversa fiada.
Julita Rippel
JULITA RIPPEL

SANTA MARIA - RIO GRANDE DO SUL

EM 25/11/2023

Aguardando resultados positivos de um governo liberal porque governos esquerdistas vislumbram Nações pobres pelo populismo eleitoreiro.
José Giacomo Baccarin
JOSÉ GIACOMO BACCARIN

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/11/2023

concisa e precisa a análise.
Marcelo Pereira de Carvalho
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/11/2023

Obrigado! O negócio agora é aguardar o homem assumir e ver para que lado vai.
Qual a sua dúvida hoje?

Eleições na Argentina e implicações no leite brasileiro

A eleição do direitista Javier Milei gerou expectativas positivas em muitos produtores de leite do Brasil. O que podemos esperar para o leite?

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A eleição do direitista Javier Milei gerou expectativas positivas em muitos produtores de leite do Brasil.  Parte desse otimismo reside na percepção de que, ao ter um viés claramente liberal, o novo governo intervirá menos na economia, eliminando distorções que tornam o leite argentino mais barato (a outra parte do otimismo vem de um possível alinhamento ideológico com o vencedor das eleições).

De fato, durante a campanha, Milei anunciou que irá eliminar os impostos sobre as exportações – as chamadas retenciones – que reduzem os preços internos do milho e da soja, insumos importantes para a produção de leite. Com o possível fim das retenciones, os produtores terão preços de milho e soja mais em linha com o mercado internacional, com custos de produção mais altos.

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É importante ressaltar, porém, que as taxas valem também para lácteos exportados. Dessa forma, o governo dá em uma mão, mas tira de outra. Esse artigo aqui explica essa relação e mostra que, em função da taxação das exportações de lácteos, há alguma compensação – não é todo o ganho artificial dos preços menores de soja e milho que são transmitidos para o leite.

Por outro lado, o fim das retenções tende a elevar o custo dos lácteos no mercado argentino, aumentando ainda mais a inflação e reduzindo potencialmente a demanda, forçando mais produtos no mercado externo, tendo o Brasil como um mercado óbvio.

Embora o fim das retenções seja algo a se esperar, outras promessas de Milei são bem mais difíceis de implementar, ainda mais pelo fato de o presidente não ter maioria no congresso. Entre elas está a dolarização da economia e os possíveis desdobramentos das críticas ao Mercosul. Em uma hipótese extrema, caso a Argentina deixe o Mercosul (ou implemente medidas restritivas ao comércio entre os países), haveria espaço para tributar os lácteos vendidos ao Brasil.

Ainda, os seguidos problemas econômicos da Argentina resultam em desvalorização do peso e valores mais baixos em dólar, aumentando a competitividade internacional do leite argentino. Caso Milei seja bem-sucedido, é possível que parte dessa competitividade se perca, embora outras externalidades positivas possam ocorrer em função de uma eventual melhoria estrutural da economia do país vizinho.  

O fato é que qualquer afirmação agora é precipitada e mera especulação.  Tem muita água para rolar por debaixo da ponte ainda.   

 

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jair zeferino da silva junior
JAIR ZEFERINO DA SILVA JUNIOR

PIÊN - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/11/2023

bom dia, tem subsídio a produção de leite, na Europa, EUA, Nova Zelândia e outros países, isso ocorre ,porque a produção de alimentos, é fundamental para sobrevivência da população, e é uma atividade de alto risco. Esse papo de liberais de reduzir impostos e liberar o câmbio e exportações e importações não resiste a 6 meses dessas atitudes, balela, conversa fiada.
Julita Rippel
JULITA RIPPEL

SANTA MARIA - RIO GRANDE DO SUL

EM 25/11/2023

Aguardando resultados positivos de um governo liberal porque governos esquerdistas vislumbram Nações pobres pelo populismo eleitoreiro.
José Giacomo Baccarin
JOSÉ GIACOMO BACCARIN

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/11/2023

concisa e precisa a análise.
Marcelo Pereira de Carvalho
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/11/2023

Obrigado! O negócio agora é aguardar o homem assumir e ver para que lado vai.
Qual a sua dúvida hoje?