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O leite não é mais o mesmo: como era e como será a produção?

A pecuária leiteira não é mais a mesma. Embora algumas coisas sigam semelhantes, outras aram por grandes transformações que ainda seguem em curso. Entenda!

Publicado em: - 6 minutos de leitura

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O saudoso professor Sebastião Teixeira Gomes, da UFV, escreveu um artigo para o  MilkPoint em 2003 onde abordava o que era talvez o grande trunfo da pecuária de leite brasileira: a flexibilidade dos sistemas de produção de leite. Dizia ele: “O comportamento da relação preço do leite/preço da ração ajuda a explicar a preferência por sistemas de produção flexíveis, de menor custo no verão e maior no inverno. Tais sistemas privilegiam, no verão, pastagens de boa qualidade em substituição à parte do concentrado”.

Em outras palavras, quando a relação preço do leite/preço da ração ficava ruim, normalmente no verão, as vacas iam para o pasto e o menor custo de produção “compensava” o preço mais baixo. Nem sempre a pastagem era de boa qualidade, mas o sentido estava correto.

Naquela época, o preço da terra era menor, a disponibilidade de mão-de-obra, maior (e então a custo proporcionalmente mais baixo) e as vacas, de menor produção (e mais rústicas). O sistema flexível do Prof. Sebastião não era o que maximizava resultados nos momentos bons, mas minimizava prejuízo nos ruins.  Os investimentos feitos eram mínimos e, assim, o retorno não precisava ser muito alto porque havia pouco dinheiro empatado. Como diriam os economistas, os custos de oportunidade dos fatores de produção eram bem menores.

O leite era em grande parte uma atividade marginal, ainda que sempre importante socialmente e economicamente. Em um livro cômico delicioso, o escritor e produtor Eduardo Almeida Reis caracterizava o que era uma bacia leiteira: “Quando uma região não dá para o gado de corte, nem para o café, laranja, soja, feijão, eucalipto, cenouras e pimentões, é quase certo que dela emergirá uma pujante bacia leiteira”. Na visão dele, o leite surgia com força quando nenhuma alternativa mais interessante economicamente pudesse ser feita! Lógico que ele estava sendo irônico, mas de certa forma era esse o conceito (e em algumas regiões, de fato, o leite ainda é a única alternativa viável para o sustento das famílias).

2024

Embora não possamos dizer que a realidade mudou totalmente após 20 anos, o fato é que os tempos são outros. O preço da terra subiu, a mão-de-obra escasseou e os sistemas flexíveis não são mais suficientes para entregar resultados competitivos, especialmente nos locais com custo de oportunidade mais altos, que são cada vez mais todas áreas agricultáveis.

É por causa disso que a atividade leiteira vem seguindo dois caminhos: ou intensifica, seja em pastagens de alta performance, seja em confinamento (principalmente), ou gradativamente vai ficando somente na memória.

Para jogar o jogo do futuro, o investimento por vaca gira em torno de R$ 50.000; e entre entre R$ 1.500 e R$ 2.000 por litro de leite produzido/dia, podendo dobrar em produtores menos eficientes. Uma fazenda que produz, digamos, 4.000 litros de leite, tem um capital empatado de R$ 8 milhões. É bastante dinheiro e o desempenho precisa ser consistente para se pagar, ainda mais em um país com juros altos como o nosso.

Custos variáveis mais altos e sensíveis

Mas não se trata somente de investimentos. Especialmente no sistema confinado, que hoje já representa parcela importante do leite brasileiro (cerca de 40%, de acordo com a pesquisa realizada pela nossa empresa, amostrando 32% do leite inspecionado), o uso de insumos é mais intenso e o custo variável por litro é maior do que nos sistemas mais flexíveis do ado. Isso quer dizer que o confinamento (seja compost ou free stall), é mais “nervoso” em relação a flutuações de preços e custos.

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A figura abaixo simula 2 sistemas, um de baixa intensificação (linha azul claro) e um de alta intensificação (linha azul escuro), avaliando a flutuação da Receita Menos Custo de Ração por vaca, nos últimos 2 anos. Nota-se que o sistema intensivo tem maior resposta a variações nos custos do que o menos intensivo. Sofre mais nos momentos mais difíceis, mas ganha mais quando o mercado melhora.

Figura 1: variação da RMCR em sistemas menos e mais intensivos.

: variação da RMCR em sistemas menos e mais intensivos.

Fonte: Map Leite – MilkPoint Ventures.

Nesse sistema, além de ser essencial ter alta eficiência em produção/insumos utilizados, é preciso acompanhar o mercado de grãos, entre outros, e comprar bem. Nunca me esqueço da conversa que tive com o maior produtor dos Estados Unidos, que me disse: “eu travo o preço do milho, da soja e do leite em Chicago quando as cotações são favoráveis, vou ao banco e peço o dinheiro para uma nova fazenda. A partir do momento em que as principais variáveis que definem o resultado estão travadas, o banco me dá o recurso, porque ele sabe que o restante eu sei fazer bem.”

A nossa pecuária de leite está caminhando para estes princípios, mas será que sabemos fazer isso? No ano ado, quando os preços caíram, vimos alguns grandes produtores, tecnificados, tendo dificuldades financeiras, seja porque se endividaram demais e em condições difíceis, ou porque compraram mal os principais insumos.

Domínio da técnica de produção, mas...

A grande mudança dos últimos 20 anos foi o domínio da técnica de produção. Nos meus tempos de campo, há 30 anos, o conhecimento disponível e a aplicação desse conhecimento nas fazendas eram incipientes. Hoje, com todo o fluxo de informação criado, do qual fazem parte pesquisadores que foram para o exterior, pesquisas locais, eventos, empresas trazendo tecnologia, canais de informação como o MilkPoint e a própria experiência dos produtores, o fato é que, em grande parte, o domínio da técnica de produção é inegável (claro, não são todos os produtores que têm o ou conseguem, mas o conhecimento existe).

Mas e a gestão financeira? E o o a novas opções de financiamento, incluindo capital privado, que criam uma avenida de oportunidades, mas demandam uma abordagem e uma governança diferentes daquilo que estamos acostumados (veja esse episódio do Leite Futuro, que fala sobre isso)? E o uso eficiente de mercados futuros, ou as compras no momento certo?

Leite flexível x leite do futuro

Os mais velhos se lembrarão do Fusca, que ainda roda por aí, embora cada vez menos, evidentemente, porque foi concebido para uma outra realidade. O Fusca era o famoso “pau para toda obra”: andava em qualquer terreno, era compacto e flexível, de baixo custo e com manutenção relativamente simples. Tinha também pouca tecnologia embarcada. Mas não entregava um desempenho elevado, ainda que os aficionados discordem. E, na época, a concorrência era bem menor do que hoje. O Fusca resolvia!  

Fusca

Agora veja a imagem do carro de baixo. Ao contrário do Fusca, não pode ser colocado em qualquer terreno, a menos que você não tenha apreço nenhum pelo seu dinheiro. Logo de saída, envolve um investimento bem mais alto, e certamente uma manutenção muito mais cara, além dos demais custos variáveis, como seguro e IPVA. Se quebrar, não dá para levar na “Oficina do Tonhão” para fazer uma gambiarra. A quantidade de tecnologia embarcada é enorme. E, por fim, não será qualquer pessoa iniciante que o dirigirá com segurança. Afinal, é muito mais “nervoso”, assim como o leite que depende de insumos. Em contrapartida (ufa!), entrega um desempenho muito superior. Mas precisa entender muito bem dele para se beneficiar desse desempenho, e não jogar dinheiro pelo ralo!  

Ferrari

A pecuária leiteira da época do Prof. Sebastião (e minha também, porque já atuava nessa época) era mais parecida com o velho e bom Fusca; a de hoje, se assemelha cada vez mais com o carro de alto desempenho, não é?

Por tudo isso, criamos para vocês um programa inédito de treinamento online. Um curso de gestão financeira, abordando desde métricas relevantes de desempenho econômico e de endividamento (muitos não querem ouvir essa palavra, mas como o exemplo do produtor americano mostrou, grande parte do leite do mundo só existe porque alguém captou dinheiro de terceiros e investiu!), até novas fontes de financiamento, ando por gestão de compras e mercados futuros de grãos, tudo isso complementado por bate-papos com produtores que aprenderam a dirigir o carro de alto desempenho e agora vão ensinar os outros.

É um programa inédito e, até onde sei, abordado dessa forma pela primeira vez no nosso setor.

Seja você um produtor familiar ou empresarial, ou um técnico atuante em assistência técnica ou em empresas do setor, esse curso foi feito para a nova era da pecuária de leite.

Espero que goste! Veja a programação completa e como funcionará.

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Material escrito por:

Marcelo Pereira de Carvalho

Marcelo Pereira de Carvalho

Fundador e CEO da MilkPoint Ventures.

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O saudoso professor Sebastião Teixeira Gomes, da UFV, escreveu um artigo para o  MilkPoint em 2003 onde abordava o que era talvez o grande trunfo da pecuária de leite brasileira: a flexibilidade dos sistemas de produção de leite. Dizia ele: “O comportamento da relação preço do leite/preço da ração ajuda a explicar a preferência por sistemas de produção flexíveis, de menor custo no verão e maior no inverno. Tais sistemas privilegiam, no verão, pastagens de boa qualidade em substituição à parte do concentrado”.

Em outras palavras, quando a relação preço do leite/preço da ração ficava ruim, normalmente no verão, as vacas iam para o pasto e o menor custo de produção “compensava” o preço mais baixo. Nem sempre a pastagem era de boa qualidade, mas o sentido estava correto.

Naquela época, o preço da terra era menor, a disponibilidade de mão-de-obra, maior (e então a custo proporcionalmente mais baixo) e as vacas, de menor produção (e mais rústicas). O sistema flexível do Prof. Sebastião não era o que maximizava resultados nos momentos bons, mas minimizava prejuízo nos ruins.  Os investimentos feitos eram mínimos e, assim, o retorno não precisava ser muito alto porque havia pouco dinheiro empatado. Como diriam os economistas, os custos de oportunidade dos fatores de produção eram bem menores.

O leite era em grande parte uma atividade marginal, ainda que sempre importante socialmente e economicamente. Em um livro cômico delicioso, o escritor e produtor Eduardo Almeida Reis caracterizava o que era uma bacia leiteira: “Quando uma região não dá para o gado de corte, nem para o café, laranja, soja, feijão, eucalipto, cenouras e pimentões, é quase certo que dela emergirá uma pujante bacia leiteira”. Na visão dele, o leite surgia com força quando nenhuma alternativa mais interessante economicamente pudesse ser feita! Lógico que ele estava sendo irônico, mas de certa forma era esse o conceito (e em algumas regiões, de fato, o leite ainda é a única alternativa viável para o sustento das famílias).

2024

Embora não possamos dizer que a realidade mudou totalmente após 20 anos, o fato é que os tempos são outros. O preço da terra subiu, a mão-de-obra escasseou e os sistemas flexíveis não são mais suficientes para entregar resultados competitivos, especialmente nos locais com custo de oportunidade mais altos, que são cada vez mais todas áreas agricultáveis.

É por causa disso que a atividade leiteira vem seguindo dois caminhos: ou intensifica, seja em pastagens de alta performance, seja em confinamento (principalmente), ou gradativamente vai ficando somente na memória.

Para jogar o jogo do futuro, o investimento por vaca gira em torno de R$ 50.000; e entre entre R$ 1.500 e R$ 2.000 por litro de leite produzido/dia, podendo dobrar em produtores menos eficientes. Uma fazenda que produz, digamos, 4.000 litros de leite, tem um capital empatado de R$ 8 milhões. É bastante dinheiro e o desempenho precisa ser consistente para se pagar, ainda mais em um país com juros altos como o nosso.

Custos variáveis mais altos e sensíveis

Mas não se trata somente de investimentos. Especialmente no sistema confinado, que hoje já representa parcela importante do leite brasileiro (cerca de 40%, de acordo com a pesquisa realizada pela nossa empresa, amostrando 32% do leite inspecionado), o uso de insumos é mais intenso e o custo variável por litro é maior do que nos sistemas mais flexíveis do ado. Isso quer dizer que o confinamento (seja compost ou free stall), é mais “nervoso” em relação a flutuações de preços e custos.

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Figura 1: variação da RMCR em sistemas menos e mais intensivos.

: variação da RMCR em sistemas menos e mais intensivos.

Fonte: Map Leite – MilkPoint Ventures.

Nesse sistema, além de ser essencial ter alta eficiência em produção/insumos utilizados, é preciso acompanhar o mercado de grãos, entre outros, e comprar bem. Nunca me esqueço da conversa que tive com o maior produtor dos Estados Unidos, que me disse: “eu travo o preço do milho, da soja e do leite em Chicago quando as cotações são favoráveis, vou ao banco e peço o dinheiro para uma nova fazenda. A partir do momento em que as principais variáveis que definem o resultado estão travadas, o banco me dá o recurso, porque ele sabe que o restante eu sei fazer bem.”

A nossa pecuária de leite está caminhando para estes princípios, mas será que sabemos fazer isso? No ano ado, quando os preços caíram, vimos alguns grandes produtores, tecnificados, tendo dificuldades financeiras, seja porque se endividaram demais e em condições difíceis, ou porque compraram mal os principais insumos.

Domínio da técnica de produção, mas...

A grande mudança dos últimos 20 anos foi o domínio da técnica de produção. Nos meus tempos de campo, há 30 anos, o conhecimento disponível e a aplicação desse conhecimento nas fazendas eram incipientes. Hoje, com todo o fluxo de informação criado, do qual fazem parte pesquisadores que foram para o exterior, pesquisas locais, eventos, empresas trazendo tecnologia, canais de informação como o MilkPoint e a própria experiência dos produtores, o fato é que, em grande parte, o domínio da técnica de produção é inegável (claro, não são todos os produtores que têm o ou conseguem, mas o conhecimento existe).

Mas e a gestão financeira? E o o a novas opções de financiamento, incluindo capital privado, que criam uma avenida de oportunidades, mas demandam uma abordagem e uma governança diferentes daquilo que estamos acostumados (veja esse episódio do Leite Futuro, que fala sobre isso)? E o uso eficiente de mercados futuros, ou as compras no momento certo?

Leite flexível x leite do futuro

Os mais velhos se lembrarão do Fusca, que ainda roda por aí, embora cada vez menos, evidentemente, porque foi concebido para uma outra realidade. O Fusca era o famoso “pau para toda obra”: andava em qualquer terreno, era compacto e flexível, de baixo custo e com manutenção relativamente simples. Tinha também pouca tecnologia embarcada. Mas não entregava um desempenho elevado, ainda que os aficionados discordem. E, na época, a concorrência era bem menor do que hoje. O Fusca resolvia!  

Fusca

Agora veja a imagem do carro de baixo. Ao contrário do Fusca, não pode ser colocado em qualquer terreno, a menos que você não tenha apreço nenhum pelo seu dinheiro. Logo de saída, envolve um investimento bem mais alto, e certamente uma manutenção muito mais cara, além dos demais custos variáveis, como seguro e IPVA. Se quebrar, não dá para levar na “Oficina do Tonhão” para fazer uma gambiarra. A quantidade de tecnologia embarcada é enorme. E, por fim, não será qualquer pessoa iniciante que o dirigirá com segurança. Afinal, é muito mais “nervoso”, assim como o leite que depende de insumos. Em contrapartida (ufa!), entrega um desempenho muito superior. Mas precisa entender muito bem dele para se beneficiar desse desempenho, e não jogar dinheiro pelo ralo!  

Ferrari

A pecuária leiteira da época do Prof. Sebastião (e minha também, porque já atuava nessa época) era mais parecida com o velho e bom Fusca; a de hoje, se assemelha cada vez mais com o carro de alto desempenho, não é?

Por tudo isso, criamos para vocês um programa inédito de treinamento online. Um curso de gestão financeira, abordando desde métricas relevantes de desempenho econômico e de endividamento (muitos não querem ouvir essa palavra, mas como o exemplo do produtor americano mostrou, grande parte do leite do mundo só existe porque alguém captou dinheiro de terceiros e investiu!), até novas fontes de financiamento, ando por gestão de compras e mercados futuros de grãos, tudo isso complementado por bate-papos com produtores que aprenderam a dirigir o carro de alto desempenho e agora vão ensinar os outros.

É um programa inédito e, até onde sei, abordado dessa forma pela primeira vez no nosso setor.

Seja você um produtor familiar ou empresarial, ou um técnico atuante em assistência técnica ou em empresas do setor, esse curso foi feito para a nova era da pecuária de leite.

Espero que goste! Veja a programação completa e como funcionará.

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