A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 104% sobre produtos chineses a partir desta quarta-feira (9), segundo informações da Reuters. Em entrevista à Fox Business, Leavitt reforçou que a medida integra uma nova fase da política comercial do governo Trump.
Com o anúncio, os mercados reagiram negativamente: as ações dos EUA recuaram. Investidores esperavam uma possível flexibilização nas medidas protecionistas, mas a confirmação da tarifa elevou as tensões no comércio global.
O governo norte-americano também agendou conversas com aliados estratégicos como Coreia do Sul, Japão e Itália — a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, deve visitar Washington na próxima semana. No entanto, a Casa Branca reiterou que as tarifas específicas para cada país, que podem chegar a 50%, entrarão em vigor conforme previsto: às 12h01 (horário de Washington), 01h01 no horário de Brasília.
A medida atinge especialmente a China, que havia anunciado contra-tarifas na semana anterior. Em resposta, Trump elevou a tarifa para 104% sobre as importações chinesas. O governo de Pequim classificou as ações como “chantagem” e prometeu “lutar até o fim” nas disputas comerciais com os EUA.
Erraram ao retaliar
“Trump acredita que a China deseja negociar, e precisa negociar com os EUA, e que eles erraram ao retaliar”, afirmou a secretária de imprensa Karoline Leavitt mais tarde na terça-feira em outra coletiva de imprensa.
A Casa Branca disse que acordos para reduzir tarifas só seriam feitos se beneficiassem os trabalhadores dos EUA e reduzissem os déficits comerciais. “Traga-nos suas melhores ofertas, e ele ouvirá”, disse.
“Acordos só serão feitos se beneficiarem os trabalhadores americanos e resolverem os déficits comerciais incapacitantes da nossa nação. A América não precisa de outros países tanto quanto outros países precisam de nós.”
Quase 70 países entraram em contato com a Casa Branca buscando iniciar negociações para reduzir o impacto da política tarifária do presidente Donald Trump, disse Leavitt. Ela disse que Trump se encontrou com a equipe da Secretaria do Comércio nesta terça, e os orientando a fechar “acordos comerciais personalizados” com cada país que procurarem os EUA para negociar, com com base nos mercados, exportações e importações de cada país.
Como fica o cenário do leite?
Conforme divulgado na última semana pela MilkPoint, a guerra tarifária entre China e EUA impacta, tanto direta quanto indiretamente, o mercado de leite no Brasil. A retaliação chinesa contra os Estados Unidos tem potencial para intensificar a demanda por commodities agrícolas brasileiras, elevando seus preços internos. Além disso, alguns analistas apontam que essas medidas podem impulsionar a inflação nos EUA, aumentando o risco de uma recessão econômica naquele país e gerando reflexos negativos para a economia global.
As informações são da InfoMoney, adaptadas pela equipe MilkPoint